class: center, middle, title-slide .title[ # Jornalismo Investigativo e empreendedorismo ] .subtitle[ ## Gestão de empresas de mídia ] .author[ ### Leonardo Mancini ] .date[ ### 2025 ] --- # Jornalismo Investigativo > "A definição mais aceita de jornalismo investigativo é a que condiciona o trabalho jornalístico a uma investigação própria, relevante e que se empenha em desvendar aquilo que algum poder tenta ocultar", Marcelo Beraba (2021). - Vertente do jornalismo dedicada a revelar fatos ocultos de interesse público por meio de apuração aprofundada, sistemática e original. - Envolve um conjunto de técnicas e métodos que são mais complexos e rigorosos do que os do jornalismo diário. - São projetos mais longos, aprofundados, com temáticas mais complexas e que demandam mais tempo e recursos. - Investigação: verificação sistemática --- # Jornalismo investigativo e empreendedorismo + Jornalismo investigativo exige tempo, recursos e independência editorial. + Grandes veículos não gostam de jornalismo investigativo: + É caro, longo, demanda recursos administrativos (gestão, advogados...) + E coloca os veículos contra interesses econômicos (de seus anunciantes, inclusive) e políticos. + Com a internet, surgem os sites independentes com foco em investigação --- # Exemplos de jornalismo investigativo independente + Agência Pública: + Fundada em 2011 por repórteres mulheres, é a primeira agência de jornalismo investigativo sem fins lucrativos do Brasil. + Foco em direitos humanos e transparência. + Aos Fatos: + Criada em 2015, dedica-se à checagem de fatos e investigação de campanhas de desinformação. + Desenvolve ferramentas tecnológicas para monitoramento de fake news. + Agência Lupa: + Primeira agência de checagem de fatos do Brasil, criada em 2015. + Atua com checagem, educação e desenvolvimento de tecnologias. + Instituto Fogo Cruzado: + Fundado por Cecília Olliveira, utiliza tecnologia para mapear tiroteios e violência armada nas regiões metropolitanas do Brasil. --- # Exemplos internacionais 1. **ProPublica (EUA)** + Modelo: Organização sem fins lucrativos financiada por doações e fundações. + Destaque: Ganhadora de múltiplos prêmios Pulitzer, incluindo o de Serviço Público em 2025. + Atuação: Parcerias com veículos locais para ampliar o alcance de reportagens investigativas. 1. **Bellingcat** + Modelo: Organização independente, composta por jornalistas e pesquisadores, especializada em investigações de código aberto (OSINT), financiada por doações, workshops e prêmios. + Destaque: Revelações sobre crimes de guerra na Síria e identificação de agentes russos envolvidos em envenenamentos. 1. **Forbidden Stories** + Modelo: Organização sem fins lucrativos que publica investigações sobre jornalistas ameaçados ou assassinados - "Killing the journalist won't kill the story". + Destaque: Projetos como o “Pegasus Project”, expondo o uso de spyware contra jornalistas e ativistas --- # Modelos de negócio no jornalismo investigativo + Financiamento coletivo (_crowdfunding_): + Caso da Agência Pública: em 2017, lançou o projeto “Reportagem Pública”, no qual leitores financiavam pautas investigativas. + Financiamento institucional: + Exemplo: Ford Foundation e Open Society Foundation oferecem financiamento a fundo perdido para novos projetos de jornalismo. + Modelos híbridos: + Aos Fatos: combina jornalismo investigativo com desenvolvimento de ferramentas tecnológicas para checagem de fatos. + Agência Lupa: além da checagem, oferece cursos e consultorias. ??? • Quais os prós e contras de cada modelo? • Como garantir independência editorial em cada formato? --- # Veículos Tradicionais 1. The Guardian (Reino Unido) + Destaque: Premiado por investigações como os “Panama Papers” e o escândalo Windrush. + Estratégia: Investimento contínuo em reportagens investigativas para manter relevância e confiança do público. 1. eldiario.es (Espanha) + Destaque: Reconhecido por sua independência editorial e reportagens investigativas de impacto, como o projeto “The Enslaved Land”, que expôs como países pobres são explorados para alimentar os ricos.